Às vezes nos surpreendemos com coisas que ocorrem na natureza, como a redução da camada de ozônio ou fenômenos meteorológicos estranhos. Existem ferramentas que podem auxiliar na compreensão, estudo e simulação destes fenômenos. Baseado no conceito da relação “causa e efeito” e na “retroalimentação”, o professor Jay Forrester, do MIT, desenvolveu uma técnica para a modelagem e simulação de sistemas complexos, chamada “Dinâmica de Sistemas”.
Para aplicar a teoria, em primeiro lugar, deve-se pensar na relação de causa e efeito dos fenômenos – como por exemplo em um lago, onde quanto maior a incidência de sol no local, maior será a evaporação da água –, e observar que está embutida uma relação direta nessa afirmação – mais sol, mais evaporação –, dando idéia do sentido em que ocorrem as coisas (existem relações que são “inversas”— enquanto uma variável aumenta, a outra diminui). Essa evaporação da água vai formar nuvens, que podem reduzir a incidência do sol. Essas nuvens, por sua vez, ao ficarem saturadas, vão provocar a chuva que, através dos rios e lençóis subterrâneos, vai fechar o ciclo da água.
A “Dinâmica de Sistemas” vale-se de um diagrama, denominado diagrama causal, para modelar este tipo de situação, mostrando o inter-relacionamento das variáveis que influem no sistema estudado. Este diagrama do ciclo da água mostra um fenômeno interessante, a retroalimentação(feedback), que consiste no efeito “ influir sobre a causa” e vice-versa. Essa é a base de funcionamento de um sem-número de sistemas da natureza e desenvolvidos pelo homem. Um ciclo fechado pode formar uma malha positiva (explosiva como a bomba atômica) ou negativa, que faz o sistema ser auto-regulado, como o exemplo do ciclo da água.
O passo seguinte é fazer o chamado “ Diagrama de Forrester”, que classifica os fenômenos em duas grandes categorias: os níveis e os fluxos, em que os primeiros representam as quantidades existentes, tais como o volume de água no lago ou nas nuvens em forma de vapor, e os fluxos que estabelecem as grandezas dinâmicas, como por exemplo, a quantidade de água evaporada na unidade de tempo.
Texto extraído de Informativo da Fundação Carlos Alberto Vanzolini - Departamento de Engenharia de Produção - Escola Politécnica - USP
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